6º Congresso Mundial da IE tem início na África do Sul

Começou oficialmente sexta-feira (22) o 6º Congresso Mundial do maior sindicato de professores do planeta. Com trinta milhões de filiados, a Internacional da Educação escolheu a Cidade do Cabo, na África do Sul, para sediar o encontro. Durante cinco dias, os cerca de dois mil participantes, de mais de 154 países, vão aprofundar o debate sobre como atuar na defesa da educação de qualidade em meio à crise econômica internacional. O tema escolhido para este Congresso foi “Construindo o futuro através da educação de qualidade”.
O Congresso da IE cedeu espaço às artes. Ao longo do acesso ao auditório principal, no centro de Convenções da Cidade do Cabo, professores sindicalistas e convidados eram impactados com a performance de bailarinos mascarados que, do alto dos tablados, faziam suaves movimentos ao som de violinos. Após ouvir o hino nacional da África do Sul, a platéia assistiu a uma linda recitação de poesia, seguida da apresentação da cantora Glenda Jones acompanhada do coral de estudantes. A emoção tomou conta do auditório lotado. Em meio às apresentações, imagens de Nelson Mandela, da África e em especial, de crianças africanas, eram exibidas no telão. “Ataque contra a educação pública é um ataque contra a democracia”
A presidente da IE, Susan Hopgood, abriu o Congresso fazendo duras críticas à falta de vontade política dos governos para a melhoria da educação pública. Susan, em seu discurso, considerou um ataque à educação pública a iniciativa de muitos países na mercantilização da educação ao focalizar o setor privado, sob o pretexto do cumprimento dos oito objetivos do milênio, pactuados no ano 2000, pela Organização da Nações Unidas (ONU). “Em um mundo globalizado, devemos estar unidos, compartilhando experiências estratégicas para alcançar êxitos”, disse Susan. Ela acrescentou que a IE defende a educação como um instrumento de erradicação da pobreza.  “A segunda década do século XXI viu que o mundo continua enfrentando crises múltiplas exacerbadas pelas mudanças climáticas e crise econômica, como a  Aids, mortalidade infantil e materna. A IE deve contribuir enfrentando os governos que não considerarem a educação prioridade, com mobilização, em nível local, nacional e mundial”, destacou Susan .
Autoridades da África do Sul, Unesco, OIT e presidentes de sindicatos de educação locais prestigiaram a abertura do Congresso . Em seus discursos, todos destacaram o papel da IE na construção da educação de qualidade. Kgalema Motlanthe, ex-presidente e atual vice-presidente da África do Sul, também sindicalista, disse que a educação é prioridade nacional em seu país e que existe uma campanha de aprendizagem, iniciativa conjunta do governo e sindicatos da educação. O vice-presidente conclamou o comprometimento de todos pela formação de professores.
Com informações do site da CNTE