Desde o 1º de maio de 1886 até os dias de hoje, as pautas e reivindicações da classe trabalhadora vêm se alterando e sendo acrescidas de novos olhares e necessidades a partir de suas conjunturas. Questões salariais, condições de trabalho e aposentadoria são itens recorrentes que buscam dar ao trabalhador segurança e qualidade de vida durante o seu percurso profissional. Todavia a reivindicação histórica que identificamos como originária desses movimentos é sem dúvida a Redução da Jornada de Trabalho. Emblemática, fundante e ao mesmo tempo tão atual, é sem dúvida a pauta que dialoga diretamente com a necessidade e perspectiva de perceber o trabalhador: ser humano.
O desafio de discutir a Redução da Jornada de Trabalho sem redução salarial se faz gigantesco dentro de economias e mercados que, instituem o funcionamento de shoppings até a meia noite, supermercados 24 horas, lojas e comércio geral que abrem aos domingos, fábricas com três ou quatro turnos, horas extras compulsórias, jornadas flexíveis e altas taxas de desemprego. Acrescidos ainda dos argumentos patronais da necessidade de maior produtividade e competitividade do mercado.
Começando pelo fim, estudos recentes desmontam as teses patronais e provam que a introdução de novas tecnologias, automação, organização e formação profissional resultam diretamente na produtividade e qualidade do que se produz. E por que reduzir a Jornada de Trabalho? Para a classe trabalhadora, antes de tudo é urgente e fundamental garantir um valioso conjunto: tempo para o lazer e a família, cuidados com a saúde, vida social, tempo para estudo ou simplesmente o ócio.
*Fernando Reis – Diretor do Sinpro
* Fernando Reis é diretor de Políticas Educacionais do Sinpro